Esta sexta-feira, dia 27 de janeiro, assinalam-se, precisamente, 78 anos desde a libertação do campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na Polónia, em 1945. Além disso, é também o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, uma data que foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005.
Os objetivos passam por recordar os milhões que pereceram, educar para a tolerância e alertar para o antissemitismo. Com estes propósitos, fizemos uma lista de filmes, séries, documentários e livros. Não é um ranking, apenas sugestões para aprender mais sobre o assunto. Ou então, podes visitar a exposição “Last Folio”, do MMIPO – Museu e Igreja da Misericórdia do Porto.
3 filmes
1 – “A Lista de Schindler” (1993)
Este filme de Steven Spielberg, vencedor de sete Óscares, é um clássico em qualquer lista do género. “A Lista de Schindler” conta a história de um poderoso industrial, com ligações ao partido nazi.
Baseado em factos verídicos, o filme retrata como Oskar Schindler gastou a sua fortuna para impedir que mais de mil judeus perdessem as suas vidas. Um dado relevante: em 1962, Schindler foi reconhecido pelo Yad Vashem como “Justo entre as Nações”.
2 – “A Vida é Bela” (1997)
Durante a II Grande Guerra, e apesar de Benito Mussolini ter sido aliado de Adolf Hitler, a Itália e os seus habitantes sofreram muito. Um passado desolador, mas que não impediu Roberto Benigni de realizar uma obra-prima.
“A Vida é Bela” é uma das raras tentativas de abordar o Holocausto e a vida nos campos de concentração com humor. Assim, poder-se-á dizer que se trata de uma tragicomédia.
Neste filme de ficção, o judeu Guido (protagonizado pelo próprio Benigni) e o seu filho são levados para um campo de concentração. Para proteger o filho, Guido tenta levá-lo a acreditar que estão a participar numa grande ‘brincadeira’. Uma perspetiva distinta, mas bela!
3 – “O Filho de Saul” (2015)
Este filme, do húngaro László Nemes, é completamente avassalador. Avisamos, desde já, que não é mesmo nada fácil de digerir. Mas vale a pena não só pela qualidade cinematográfica, mas também pela lição.
“O Filho de Saul” leva-nos até Auschwitz-Birkenau, outubro de 1944. Saul, o protagonista, pertence a um grupo de Sonderkommando (prisioneiros forçados a trabalhar nos crematórios).
No entanto, Saul descobre um dia o corpo de um rapaz que reconhece como sendo o seu filho. Num ápice, fica obcecado com a missão de salvar os restos mortais do rapaz. Uma perspetiva claustrofóbica.
2 séries/documentários
1 – #Anne Frank – Vidas Paralelas” (2019)
Este comovente documentário, narrado pela atriz Helen Mirren, conta a história de Anne Frank através do diário da própria.
No entanto, aqui o foco não está apenas nos relatos do diário de Frank, mas também nos de outras cinco sobreviventes do Holocausto. Histórias de arrepiar.
📽 Disponível na Netflix
2 – “Hitler’s Circle of Evil” / (O Círculo do Mal de Hitler), 2017
Apesar de não ser um documentário focado nas vítimas do Holocausto, acreditamos que vale a pena a referência. Nesta excelente série documental, de dez episódios, o círculo íntimo de Hitler é escrutinado ao pormenor.
Um relato fundamental para percebermos que, embora Adolf Hitler fosse o líder, nada seria possível sem o seu ‘círculo do mal’, composto por: Joseph Goebbels, Herman Goring, Heinrich Himmler, Reinhard Heydrich, Martin Bormann, Albert Speer, Rudolf Hess e Ernst Rohm.
📽 Disponível na Netflix
3 livros
1 – “Se isto é um Homem”, Primo Levi
Turim e, provavelmente, Itália têm em Primo Levi uma das suas principais vozes literárias sobre o Holocausto. Químico de profissão, Levi alistou-se às forças da resistência. Mas, foi apanhado pelos nazis e deportado para Auschwitz.
Este acontecimento marcou, inegavelmente, a sua vida e obra. Autor de vários livros, “Se isto é um Homem” é um dos mais importantes títulos de Primo Levi. O relato duro e cru de um sobrevivente; um ensinamento para a Humanidade.
2 – “Holocausto”, Irene Flunser Pimentel
Irene Flunser Pimentel é uma das mais reconhecidas historiadoras portuguesas da atualidade. A par do ensino, a autora tem vindo a escrever vários livros relevantes, sendo um deles “Holocausto”.
Neste livro, Irene Pimentel explica o que é a Shoá e que etapas levaram a esse crime aterrador. Além disso, apresenta também uma análise ao papel de Portugal, embora neutral, na rota da Shoá. Uma verdadeira aula de História!
3 – João Pinto Coelho (com bónus)
Aqui, e como bónus, levas não uma, mas, sim, três sugestões! João Pinto Coelho é um autor português que tem dado que falar. Apesar de não escrever especificamente sobre o Holocausto, mas sim como enquadramento, os seus livros merecem ser lidos e relidos.
“Perguntem a Sarah Gross”, “Os Loucos da Rua Mazur” e “Um Tempo a Fingir” são três relatos fictícios, mas repletos de descrições e contextualizações históricas precisas. Um dado interessante: em 2009 e 2011, João Pinto Coelho integrou duas ações do Conselho da Europa, em Auschwitz, na Polónia.