O Porto e Norte de Portugal está repleto de castelos incríveis para conhecer. Mas, com a chegada dos dias longos e dos fins de semana prolongados, que tal uma escapadinha até à zona Centro do País? Situado a pouco mais de 2h da Invicta, o Castelo de Almourol é um dos monumentos nacionais que tens mesmo de conhecer.
Erguido numa pequena, mas vistosa ilha, no rio Tejo, no concelho de Vila Nova da Barquinha, esta fortificação é uma das principais atrações medievais de Portugal. Ao mesmo tempo, é também um legado direto da presença da mítica Ordem dos Templários. Vamos embarcar numa viagem ao passado?
Índice
Olhar sobre a história do Castelo de Almourol
Quem se lembrou de construir um castelo no Tejo? Qual a relação deste lugar com os Templários? É verdade que este fortificado foi residência oficial, durante o regime do Estado Novo? Esta e outras questões vão ser respondidas ao longo do artigo, por isso não saias daí.
Época antes da Reconquista Cristã
Esta fortaleza foi reconquistada aos mouros — como ficaram conhecidos os muçulmanos na Idade Média — no séc. XII. Acredita-se que as suas origens são anteriores a esse período, mas os historiadores não encontram unanimidade quanto à procedência de Almourol.
Há alguns autores que defendem a possibilidade de aqui ter estado um castro pré-histórico, ocupado por Lusitanos ou Pré-Romanos. Mas, falando de uma fase posterior, a identificação de vestígios Romanos também leva a crer que eles passaram por aqui.
Fortaleza da Ordem dos Templários
O cenário para estes lados é quase de cortar a respiração. Um castelo erguido no topo de uma pequena ilha serve perfeitamente para a rodagem de uma série ao estilo de Game of Thrones, House of The Dragon ou Knightfall (produção da Netflix que conta a história da queda dos Cavaleiros Templários).
Em 1120, quando se deu a Reconquista Cristã, esta zona foi entregue à mítica Ordem dos Templários, que reedificaram o castelo. Com efeito, a fortificação adquiriu alguns traços típicos da arquitetura templária, como a planta quadrangular e a torre de menagem.
Na época, os Cavaleiros Templários tinham o dever de defender a capital, então sediada em Coimbra. No entanto, com a extinção da Ordem, no séc. XIV, o Castelo de Almourol passou para a Ordem de Cristo.
Do ‘abandono’ ao Romantismo
Dizem que o passar do tempo não perdoa; e foi exatamente o que aconteceu com este fantástico castelo medieval. De bastião da Ordem dos Templários ao abandono, a fortificação foi perdendo a glória de outros tempos. Esta situação foi agravada devido à ocorrência do sismo de 1755.
Já no séc. XIX, o movimento do Romantismo veio ‘resgatar’ o castelo. Ou seja, a fortificação foi alvo de obras e alguns traços do seu passado militar foram suavizados. Devido à sua importância, em 1910, o Castelo de Almourol foi classificado como Monumento Nacional.
Residência oficial
Aqui está uma curiosidade que, provavelmente, desconhecidas. No séc. XX, durante o regime do Estado Novo, o Castelo de Almourol foi adaptado a residência oficial, tendo mesmo acolhido alguns eventos importantes.
Lendas do Castelo de Almourol
Além do legado dos míticos Cavaleiros Templários, há várias lendas associadas à pequena ilha de Almourol. São ecos de (des)amores de outros tempos, que perduram até aos nossos dias.
Segundo uma dessas lendas, foi uma história de amor e traição que levou à queda dos mouros. Conta-se que a filha de um emir apaixonou-se por um cavaleiro cristão, com quem partilhou os segredos da entrada no castelo.
No entanto, o guerreiro traiu a confiança da sua amada e usou essa informação para efetuar uma emboscada. No final, a história terminou de maneira dramática, visto que o emir e a sua filha preferiram morrer a deixar o seu destino nas mãos dos inimigos, lançando-se das muralhas.
Ontem como hoje o Castelo de Almourol continua a surpreender. De tal modo que, antes da hora do ‘adeus’, os ecos do seu mistério alimentam a vontade de querer lá voltar!
Onde: Ilhota do Rio Tejo Praia do Ribatejo – Vila Nova da Barquinha
Mais informações: site oficial da Câmara Municipal de Vila Nova de Barquinha