A deteção de uma nova variante do coronavírus no Reino Unido levantou preocupações sobre a velocidade com que se está a espalhar em todo o mundo.
A variante do coronavírus do Reino Unido, sabe-se agora, pode aumentar o número de casos em Portugal até 65%. E isto é o que sabemos até agora, porque ainda há muito por descobrir sobre este nova variante. Vamos saber mais um pouco!
Quando é que apareceu?
Segundo o governo britânico, a variante britânica do vírus SARS-CoV-2, B117 ou VUI-202012/01, poderá ter tido origem no mês de setembro em Londres ou na região metropolitana da capital.
Os dados mais recentes indicam que um em cada 25 londrinos está infetado. O relatório do Comité Científico Britânico (NERVTAG), publicado a 18 de dezembro de 2020, detalha que esta variante “surgiu e passou a dominar” e “mostrou um crescimento exponencial durante o atual confinamento (em novembro)”.
Como ocorreu esta mutação?
Os especialistas confirmam que as alterações nos vírus permitem que se “adaptem e sobrevivam”, pois o que procuram é “conseguir entrar na célula que vai parasitar”.
No caso da covid-19, não é a primeira vez que sofre uma mutação. Aparentemente, ao longo da evolução de um vírus é normal que ocorram mutações e, no caso do coronavírus, “milhares delas” são conhecidas.
Qual é a razão de ser mais contagiosa?
Embora o mecanismo exato ainda não seja devidamente conhecido, estudos preliminares indicam que uma das 17 mutações mais importantes na proteína espiral do vírus permite que ele adira melhor a uma proteína na superfície do vírus.
A outra hipótese, que está a ser considerada para explicar o elevado número de infeções causadas pela nova variante, é a da carga viral. De acordo com estudos preliminares (ainda não revistos por pares) conduzidos pelo Laboratório de Saúde Pública de Birmingham, 35% das amostras de pacientes infetados com a variante B117 tinham altos níveis de vírus, quando comparados com apenas 10% dos pacientes infetados com outra variante.
Por outras palavras, a carga viral no nariz e na garganta das pessoas com a nova variante era maior, outro fator que facilita a infeção. Em qualquer dos casos, os investigadores indicam que é necessário reunir e analisar mais provas para se chegarem a conclusões mais firmes.
É mais letal?
Patrick Vallance, médico britânico, afirmou durante uma conferência de imprensa em Downing Street, que o número de mortes por 1000 casos de covid-19 em pessoas com mais de 60 anos de idade pode ser 13 ou 14, ao invés das 10 mortes por 1000 casos que foram registados até agora.
Quero enfatizar que há muita incerteza à volta destes números e precisamos de mais investigação para lidar com isto, com maior precisão, mas obviamente é uma preocupação que esta variante acarreta um aumento na mortalidade, bem como um aumento na transmissibilidade”.
A nova variante afeta a vacina?
A farmacêutica Moderna confirmou no dia 25 de janeiro que a sua vacina contra o coronavírus, uma das primeiras a obter aprovação mundial, “neutraliza” as variantes britânicas e sul-africanas do vírus SARS-CoV-2, segundo os resultados preliminares de testes clínicos .
A vacina da Moderna mostra atividade contra variantes emergentes de SARS-CoV-2″.
Por sua vez, a Pfizer-BioNTech também garantiu que a sua vacina é eficaz contra a variante britânica do vírus, de acordo com os resultados de novas análises que a farmacêutica divulgou, e que ampliam aquelas que a empresa já avançara há poucos dias.
Que países registaram casos da nova variante?
A variante B117 começou a espalhar-se pelo sudeste do Reino Unido e levou meses até ser detetada. A falta de mecanismos de controlo já permitiu que esta variante se espalhasse por mais de 60 países, incluindo Portugal.
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Texto original de Madrid Secreto
Edição: Valter Leandro
Foto de capa: @shutterstock