O Cinema Trindade nem sempre foi assim conhecido na Cidade do Porto. Apareceu em 1913 como Salão Jardim da Trindade e, para além de cinema, era um espaço com salão de festas, bilhares, cafés e um terraço onde se podia ver cinema ao ar livre.
O Salão Jardim foi sempre uma das mais importantes salas de cinema e espetáculos do Porto, tendo pertencido a algumas das principais produtoras e exibidoras da cidade. Destacava-se, entre outras coisas, pelo seu projetor, capaz de rodar até 180 graus, o que permitia a exibição de filmes no terraço.
Este espaço foi intervencionado algumas vezes. Na sua forma original, a sala de cinema tinha cerca de 1200 lugares. Nos anos 80, e acompanhando as tendências de outras grandes salas no país e na Europa, o Cinema Trindade foi, de novo, remodelado e passaram a existir duas salas para a exibição de filmes.
Foi com esta separação que a designação “Cinema Trindade” apareceu, sendo o nome de uma das salas criadas, e a outra, mais pequena, era “Salão Jardim Trindade”.
Tal como todas as outras salas do país, este foi um cinema que funcionava durante o regime salazarista, pelo que esteve, também, sujeito à censura. Só depois da revolução começaram a passar filmes como “O Último Tango em Paris”.
No final dos anos 90, e a par da crise económica e social pela qual passava o país e a cidade, estas salas fecharam. Em 2000 encerrava, então, o Cinema Trindade, bem como a maioria das salas de cinema do Porto.
Alguns anos mais tarde, e como aconteceu com o Olympia, por exemplo, parte do espaço do Cinema Trindade abriu como Bingo, que ainda hoje funciona. Entretanto, e enquanto palco para a exibição de filmes, foi apenas reaberto temporariamente para festivais como o IndieLisboa ou o Desobedoc.
Em 2017, e pelas mãos de de Américo Santos, fundador da Nitrato Filmes, o Cinema Trindade reabriu, de forma permanente, com o intuito de devolver à cidade uma das suas principais salas de cinema.
Hoje, o Cinema Trindade oferece ao público portuense duas salas e quatro exibições diárias. Privilegia-se o cinema independente e de autor, mas é também palco para filmes de grandes estúdios. A sua imagem remonta aos anos 80. É a alternativa da cidade para apreciadores da sétima arte.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Rua do Almada 412, Porto
Metro da Trindade
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Foto de capa: @portopostdoc