O Porto detém uma história secular, repleta de monumentos que servem de testemunho do passar do tempo. Mas, a riqueza da sua arte extravasa as paredes de igrejas, museus e até cemitérios. Um pouco por toda a cidade, diferentes estátuas embelezam vários cantos e recantos.
Algumas são uma espécie de memorial ou tributo a figuras do passado. Já outras destacam-se pela sua contemporaneidade e até mesmo peculiaridades. Nestas formas de arte pública, algumas causaram (e continuam a suscitar) polémica, outras demoraram a encontrar um ‘pouso’.
Perante este cenário tão multifacetado e rico, não só ao nível da beleza das esculturas, mas da própria narrativa, apresentamos um breve roteiro para os locais e turistas. Afinal, é possível apreciar a arte de forma gratuita, sem esvaziar a carteira e ainda tirar umas quantas fotografias para mais tarde recordar.
Índice
Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular
Instalado no centro da Praça de Mouzinho de Albuquerque, mais conhecida como Rotunda da Boavista, o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular é uma obra irrepreensível da cidade.
Tal como o próprio nome indica, trata-se de uma referência a um período bélico da História de Portugal, mais concretamente às invasões napoleónicas no início do séc. XIX.
Com um ar verdadeiramente monumental, esta estátua tem uma curiosidade peculiar. Pois, demorou mais de 40 anos a ser construída, tendo as primeiras pedras sido lançadas em 1909 e a inauguração deu-se apenas em 1952.
📍Praça de Mouzinho de Albuquerque
Estátua de Vímara Peres
Antes de chegar à Sé Catedral do Porto, encontra-se uma das estátuas mais emblemáticas da cidade. Mas, sabes qual é a figura que aparece representada? Trata-se de uma homenagem a Vímara Peres, um nobre de origem galega que no ano de 869 expulsou definitivamente os muçulmanos do burgo de Portucale (Porto).
Figura imprescindível na própria fundação do condado e, por inerência, da identidade portuguesa, o primeiro conde de Portucale ficou eternizado nesta obra da autoria de Salvador Barata Feyo (1968). Por isso, caso desconhecesses este facto, a próxima vez que passares por lá, aproveita para olhar com mais atenção para este pedaço de história.
📍Calçada de Vandoma, junto à Sé do Porto
Estátua “Amor de Perdição”
Esta é provavelmente uma das obras que mais polémica tem causado na cidade do Porto. Não há muito tempo, discutia-se a possibilidade de esta ser retirada do local onde se encontra, no Largo Amor de Perdição.
Numa alusão a Camilo Castelo Branco, um dos autores mais famosos da literatura portuguesa, a escultura criada por Francisco Simões foi alvo de críticas por mostrar o escritor abraçado a uma mulher nua.
O Cubo da Ribeira
À semelhança do tributo a Camilo Castelo Branco, também este cubo minimalista foi alvo de polémica e controvérsia pouco depois da sua construção, no início da década de 80.
Da autoria do escultor José Rodrigues, um dos objetivos passou por trazer algum modernismo às obras e estátuas do Porto.
Concebido com 600 kg de bronze em duas faces de dois metros por dois metros, atualmente é um dos marcos da zona da Ribeira.
📍Praça da Ribeira
Estátua “O Porto”
Depois das representações históricas e até das polémicas, agora chegou a altura de falarmos de uma das estátuas que mudou mais vezes de lugar, do que muita gente de casa. Apesar de soar a piada, a verdade é que “O Porto” foi durante demasiado tempo uma peça (quase) itinerante.
Com mais de 200 anos, a estátua “O Porto” passou por diversos lugares, tais como a Praça da Liberdade, os Jardins do Palácio de Cristal e a Muralha Fernandina, entre outros. Contudo, desde o início deste ano, parece que encontrou finalmente ‘repouso’ ao ser reinstalada em frente à Antiga Câmara do Porto, no Terreiro da Sé.
📍Zona frontal da Antiga Casa da Câmara