
O Jardim da Cordoaria é um local muito conhecido entre todos os portuenses. Contudo, sabias que este não é verdadeiro nome deste espaço? Sim, é verdade. A designação oficial é Jardim de João Chagas.
Trata-se de uma homenagem a um escritor e político republicano, bastante crítico da monarquia, que foi o primeiro Primeiro-Ministro da I República Portuguesa. Apesar disso, atualmente este pequeno parque é chamado, por quase todos os locais, como Jardim da Cordoaria.
Situado perto da icónica Torre dos Clérigos, da Livraria Lello e outros pontos de interesse da cidade, o Jardim da Cordoaria é, desde o século XIX, considerado um passeio público, título atribuído pela Câmara Municipal.

Jardim da Cordoaria: história & momentos importantes
O Jardim João Chagas é popularmente conhecido como Jardim da Cordoaria devido à atividade que lá se instalou durante cerca de 200 anos.
Era neste local, apelidado na altura de cordoaria nova, que se encontravam os cordoeiros. Este nome manteve-se atual e ainda hoje chamamos Jardim da Cordoaria.
Antes dos cordoeiros, este jardim chamava-se “Campo do Olival” e ficou aqui instalada a Cordoaria do Bispo.
Foi depois disto que este local começou a ser urbanizado e o Campo do Olival transformou-se em Alameda dos Olivais. Aqui realizavam-se feiras e mercados, tais como a feira de S. Miguel que se mudou, mais tarde, para a Boavista.
Por volta de 1865-66, começa-se um processo de transformação da Alameda num Jardim e é o arquiteto paisagista Émile David, também conhecido pelo seu projeto dos jardins do Palácio de Cristal, que fica responsável pela tarefa.
Depois de concluído, o Jardim da Cordoaria, caracteristicamente um jardim romântico, passou a ser mais frequentado pela burguesia da cidade.
Em 1941, um ciclone alterou a aparência deste jardim. Ainda assim, este jardim foi sempre considerado importante para os portuenses e munícipes e em 2001 volta a ser alvo de uma remodelação.
Mais ainda, a alameda de plátanos que lá encontramos é considerada, desde 2005, como de Interesse Público.
Uma montra de arte e história
Como vimos, a importância deste jardim é transversal ao tempo. Contudo, não é apenas devido à história, mas também à arte que lá encontramos que este jardim é tão mítico e emblemático.
Se passearmos pela Cordoaria conseguimos encontrar várias estátuas, tais como:
- “A Flora”, de António Teixeira Lopes
- O busto do poeta António Nobre, de Tomás Costa
- Uma estátua de Ramalho Ortigão, de Leopoldo Almeida (escultor)
- “Os Treze a Rir Uns dos Outros”, do madrileno Juan Muñoz
- “O Rapto de Ganímedes”, de António Fernandes de Sá