Hoje em dia, o Porto é uma espécie de ‘cidade da moda’ devido à grande afluência de turistas. No entanto, não podemos esquecer que este é também um lugar com muitos séculos de História. Neste contexto, a Sé Catedral do Porto é um dos maiores testemunhos medievais.
Classificado como Monumento Nacional, este é um local de visita obrigatória para todos os portuenses, e visitantes.
Situada no coração do centro histórico – Património Mundial da UNESCO – as origens do templo são muito antigas.
No entanto, ao longo dos tempos sofreu diversas alterações. De frente para o rio Douro, no seu interior casaram-se reis e é possível contemplar a atual padroeira da cidade, bem como o ‘esquecido’ São Pantaleão. Vamos saber mais?
Índice
As origens da Sé do Porto
Para quem, tal como nós, é fã incondicional de castelos e monumentos medievais, contemplar a Catedral do Porto é um verdadeiro deleite.
Nas palavras do célebre historiador Joel Cleto, num dos episódios do seu programa “Caminhos da História” (Porto Canal):
Encontramo-nos num dos espaços mais históricos, monumentais, simbólicos e religiosos da cidade do Porto.”
Mas, quais são os seus antecedentes?
Conta-se que a Catedral do Porto, à semelhança da primeira cintura de muralhas da Invicta, nasceu no séc. XII, tendo sido fortemente impulsionada pelo seu primeiro bispo, D. Hugo.
A construção do templo estendeu-se até ao séc. XIII, altura em que atingiu a sua atual volumetria. Contudo, o edifício sofreu várias intervenções ao longo dos tempos.
Uma viagem no tempo pela Sé do Porto
Visitar a Sé do Porto não é uma atividade destinada apenas a turistas. Entrar na Catedral e percorrer os seus recantos é sinónimo de mergulhar na nossa História.
E por aqui adorámos uma boa viagem no tempo. Vamos lá conhecer melhor este monumento?
O exterior da Catedral
Tal como já referimos, o monumento sofreu várias intervenções ao longo dos tempos. Contudo, foi sobretudo na época barroca que o exterior da Sé foi alvo de mais modificações.
No séc. XVIII, o arquiteto Nicolau Nasoni, responsável pela edificação da Torre dos Clérigos, deixou também aqui o seu cunho. Consta-se que o italiano adicionou uma bela galilé barroca à fachada lateral da Sé, entre outros ‘toques’ da sua responsabilidade.
O interior da Sé Catedral do Porto
O interior da Sé do Porto, dividido em três naves cobertas, impressiona qualquer um. Na nave central, merece destaque a bela rosácea e a luz natural que daí advém. Mas, naturalmente, os motivos de interesse da Catedral são muitos, pelo que vamos apenas mencionar alguns.
A atual capela-mor, que substitui a antiga ábside medieval, é do período maneirista (1610); apresenta um cenográfico retábulo de talha dourada, do segundo quartel do séc. XVIII, considerado um trecho capital do barroco joanino.A decoração pictórica das paredes é de Nasoni”, lê-se no site oficial da Diocese do Porto.
Por cima dos cadeirais do cabido, convém referir a presença de dois órgãos de tubos, um do séc. XVII e outro do séc. XIX. Além disso, no transepto, lado esquerdo, podes contemplar de perto, desde 1984, a imagem da Nossa Senhora da Vandoma, atual padroeira da nossa cidade.
Não saias do interior da sé sem admirar ainda outra coisa. Olha para cima e observa, atentamente, um grande órgão de tubos de 1985 (firma Georg Jann), que chama a atenção pela sua imponência.
O deslumbrante Claustro Gótico
Dividido em dois pisos, o deslumbrante Claustro Gótico é uma das joias da coroa deste monumento, tendo sido começado nos finais do séc. XIV.
No total, apresenta sete grandes painéis de azulejos, que apelam de imediato a muitas fotos.
[Os] grandes painéis de azulejos [apresentam] (segundo quartel do séc. XVIII), com cenas do Cântico dos Cânticos, em referência ao diálogo místico entre Deus e a Virgem, padroeira da Catedral”, informa o site oficial da Diocese do Porto.
A Casa do Cabido & os seus ‘tesouros’
Aconselhamos-te a comprar o bilhete integral, visto que por apenas 3€ tens acesso ao deslumbrante Claustro Gótico e à Casa do Cabido, dois lugares que vale a pena visitar. Anexa ao Claustro Gótico e à Sé, a Casa do Cabido e cada um dos seus vários recantos ‘esconde’ algumas impressionantes surpresas.
Por exemplo, no andar superior podes encontrar incríveis esculturas religiosas (dos séc. XIV-XVIII). Contudo, o melhor mesmo é o teto de masseira com pinturas de Giovanni Battista Pachini (ver foto abaixo).
Mas, a cereja no topo no bolo, como se costuma dizer, não se fica por aí. Pois, podes ter acesso ao ‘tesouro’ da Catedral. O que quer isto dizer? Num andar intermédio, ladeado por pequenas salas, estão expostas diversas peças de valor imensurável, que atestam a importância histórica e patrimonial da Sé do Porto.
Outras curiosidades sobre a Sé do Porto
Que a Sé do Porto é um lugar especial ninguém tem dúvidas. Mas, será que conheces todas as suas curiosidades?
Embora o nosso artigo permita que viajes pelo tempo, acredita que ainda há muito mais por (re)descobrir.
Casamento de ‘sangue azul’ em 1387
Se és aficionado pela História de Portugal, então saberás que D. João I foi o fundador da Dinastia de Avis. E foi, precisamente, este rei que escolheu casar-se na Catedral do Porto, em 1387, com D. Filipa de Lencastre.
Da união destes dois monarcas, nasceu a épica ‘Inclíta Geração’, da qual o Infante D. Henrique, um dos portuenses mais ilustres de sempre fez parte. Um facto interessante, que vale sempre a pena recordar.
São Pantaleão, o padroeiro ‘esquecido’
Muito provavelmente, e como tripeiro de gema que és, sabes que apesar de a cidade do Porto celebrar efusivamente a noite de São João, este não é o padroeiro da cidade.
Aliás, e como já foi aqui mencionado, a figura da Nossa Senhora da Vandoma, padroeira do Porto, encontra-se no interior da Sé. Mas, sabias que a Catedral ‘esconde’ outro padroeiro?
De facto, uma das maiores curiosidades da Sé do Porto é que aí se encontra uma urna com os restos mortais de São Pantaleão, que foi padroeiro da cidade durante quase cinco séculos. O nosso Porto tem sempre muito para nos ensinar!
Onde: Sé Catedral do Porto, Terreiro da Sé 4050-573
Horário: de segunda a domingo, das 9h00 às 17h00 (novembro a março); de segunda a domingo, das 9h00 às 18h30 (abril a outubro).
Preço: visita à Catedral, Claustro, Casa do Cabido e subida à Torre 3€; Crianças até dez anos com entrada gratuita.
Mais informações: site oficial da Diocese do Porto / (+351) 222 059 028 / catedraldoporto.visitas@gmail.com