É do conhecimento geral que as Tripas são um prato emblemático da cidade, mas porque é que comemos tripas? Este é um prato centenário e, com ele, vem o apelido pelo qual os portuenses são conhecidos por todo o país.
Segundo reza a história, este prato remonta a 1415, altura do rei D. João I. Era intenção do rei conquistar Ceuta, por isso preparava, em segredo, uma grande expedição marítima e contava com o apoio dos seus dois filhos, os Infantes D. Henrique e D. Pedro. Ora, no sentido de preparar uma poderosa armada, D. Henrique ficou responsável por supervisionar as preparações no Douro e D. Pedro no Tejo.
A escolha de D.Henrique vir para o Porto não foi por acaso. O rei mantinha uma boa relação e muito respeito pela cidade e pelos portuenses, devido ao apoio que lhe deram quando este assumiu o trono. Assim, D. João I fez questão não apenas de casar na cidade, como também que o Infante aqui nascesse. Por isso, era também D. Henrique um portuense.
A cidade, que mostrava igual respeito e apreço pelo Rei e Infante, apesar de não saber o motivo das grandes embarcações e atividades no Douro, prestou-se à realeza, como já era habitual. Assim, reuniu todos os seus esforços para contribuir para as construções das embarcações e doou todos os seus bens alimentares ao Infante.
Ora, e segunda reza a lenda, após esta doação, a cidade ficou apenas com “as miudezas”, o que forçou a criatividade dos portuenses para criar pratos com as tripas. Daí surgiram as “Tripas à moda do Porto”.
Este prato ficou tão icónico que os portuenses passaram a ser chamados de Tripeiros. Este é, pois então, um apelido que em muito retrata a garra e personalidade dos portuenses!