A nossa equipa adora partilhar curiosidades e histórias da cidade do Porto, algumas são mesmo pouco conhecidas. Por aqui, já te demos a conhecer o nome da Rua Escura, ou até a origem do Jardim de ‘Arca de’Água’. Mas, desta vez saímos à procura de lugares secretos (ou quase) na Invicta. Portanto, queremos dar-te a (re)descobrir a história do antigo Velódromo Maria Amélia.
Este espaço fica localizado bem no coração do Porto, numa zona muito movimentada, mas ainda assim, nada faz antever que ali exista um espaço tão bonito, e com tanta história para contar. Vamos lá conhecer melhor este lugar?
Como tudo começou
Pois é, existe um antigo velódromo em plena zona de Cedofeita, bem nas traseiras do Museu Soares dos Reis, que ocupa grande parte daquele quarteirão. Mas, para entendermos um pouco mais, recuemos a 1861. Em pleno reinado de D. Pedro V, este adquiriu o Palácio dos Carrancas, atual Museu Soares dos Reis, de forma a servir de residência oficial, sempre que a família real se deslocasse à cidade.
No século XIX, andar de bicicleta não era para todos, fazendo desta modalidade algo elitista. Deste modo, em 1894, o rei D Carlos I cedeu à Associação do Velo Club do Porto um terreno nas traseiras do antigo Palácio dos Carrancas, residência oficial. O objetivo era o de que aí fosse construído um velódromo, batizado com o nome da sua mulher, a rainha (consorte) Maria Amélia.
O Velódromo Maria Amélia
Este foi o maior recinto desportivo da primeira década do século XX, onde em três voltas era possível percorrer um km, como as regras internacionais ditavam. A assistir estariam cerca de 25 mil pessoas. Existiam também dois campos de ténis tornando este local bastante procurado pelos residentes. Aqui foram realizadas ‘loucas corridas’ de bicicleta, mas também a primeira corrida motorizada em Portugal.
Com a queda da monarquia, o espaço ficou fechado, acabando por ser doado à Misericórdia. Contudo, em 1939 o Palácio dos Carrancas e a sua envolvente foi motivo de interesse do Estado Novo, adquirindo o estatuto de Museu Nacional, abrindo portas como Museu Nacional Soares dos Reis.
O local do antigo velódromo foi requalificado no âmbito da ‘Porto’2001, Capital Europeia da Cultura’, pelo arquiteto portuense Fernando Távora, que preservou alguns dos elementos do espaço centenário. Aqui estão em exposição brasões de casas senhoriais portuenses. Portanto, que tal uma ida a este lugar ‘secreto’?
Mais informações: Museu Nacional Soares dos Reis