Dizem que o Porto é uma das melhores cidades do mundo para caminhar, mas talvez nunca tenham experimentado subir as icónicas Escadas do Codeçal, não achas?
Com mais de 400 degraus, esta famosa escadaria liga a monumental Sé Catedral do Porto à zona da Ribeira, representando um verdadeiro desafio para quem ousa subir, mas um verdadeiro deleite para a vista.
Contudo, se gostas pouco de fazer exercício, podes sempre optar por descer estas escadas, numa viagem pelo passado (moderno) da Invicta. Para além de conseguirmos absorver um lado pitoresco, também aqui iremos encontrar uma mostra de arte urbana que, nos últimos anos, tem embelezado a cidade.
Origem & curiosidades das Escadas do Codeçal
Sobre a origem do seu nome não há documentação oficial. Contudo, julga-se que será a palavra “cadouço” que lhe dará o nome, sendo que esta significa “esconderijo” ou “covão”. Contudo, há também quem entenda que deriva de “codessal”, um local onde crescem codessos (arbustos de leguminosas que existem em Portugal).
Toponímias à parte, a história destas escadas remonta à época medieval, tempo em que o Porto estava circundado pela Muralha Fernandina. Por isso, estas são escadas ancestrais, onde por aqui muito passou, desde os primórdios da nossa cidade.
Era aqui que estava instalado, por volta do século XVIII, o chamado Recolhimento de Ferro, um edifício cujas fachadas ainda encontramos quando descemos estas escadas. De estilo barroco, este edifício de cariz religioso era conhecido por acolher prostitutas e mulheres abandonadas. O edifício acabou por ser abandonado por conta das Invasões Francesas e Lutas Liberais, tendo sido, durante muito tempo deixado ao abandono por completo.
Tal como o edifício, que foi entretanto recuperado e funciona, hoje, como propriedade da Junta de Freguesia da Sé, também as Escadas do Codeçal foram alvo de destruição, devido à construção do túnel da Ribeira e, antes disso, obras do tabuleiro inferior da Ponte Luiz I. Ainda assim, estas encontram-se hoje recuperadas, tendo sido projeto no âmbito do programa “Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura”.