Com as portas abertas há pouco mais de um mês, o Nani Bistrot já marca pela diferença. Afinal, este é o primeiro restaurante arménio-georgiano do Porto. Localizado na Rua da Torrinha, em plena Baixa, por aqui vais viajar até ao Cáucaso e sentir de perto a sua cultura.
Neste novo restaurante, é possível comer com as mãos – determinados produtos, tal como manda a tradição -, provar vinhos laranjados e muito mais. Mas, já vamos partilhar contigo a nossa experiência e os destaques da carta. Primeiro, é tempo de compreender o conceito que engloba este projeto.
“Nani”: sentir o carinho das avós
Provavelmente, ao ler Nani lembraste-te do antigo internacional português. Contudo, o nome do restaurante não tem qualquer ligação com o futebol. De facto, “Nani” significa “avó”, em arménio. É uma forma carinhosa de tratar as figuras mais ‘velhas’ da família.
Desde logo, esta explicação serve como ponto de partida para descrever o ambiente vivido no Nani Bistrot. Por estes lados, ao contrário do ‘irmão mais velho’ Alto, situado na Rua de Cedofeita, o requinte dá lugar à tradição. Trata-se de um espaço caseiro, adequado para um serão descontraído.
O conceito é totalmente diferente do Alto. Por aqui, domina a simplicidade e o conforto. Há livros nas estantes, flores e pratos vintage para reforçar a ideia de que estamos a comer em casa da avó”, conta o responsável de comunicação, Becruzo, em declarações ao Porto Secreto.
Sabores genuínos & experiências autênticas
Quando chegámos ao Nani Bistrot deparamo-nos com uma casa cheia. Por isso, se estás com vontade de ir experimentar um dos mais recentes restaurantes do Porto, tenta ir cedo. Pois, não há sistema de reservas. Ou seja, funciona por ordem de chegada.
Felizmente, lá conseguimos um lugar. Ao espreitar a carta, reparamos que é simples e curta, mas após provarmos os vários produtos ficamos com uma certeza: é tudo delicioso. Para começar de forma leve, comemos uma salada de legumes frescos e molho de nozes (9€).
Convém salientar que para assegurar a autenticidade dos sabores, grande parte dos produtos típicos são importados diretamente da região do Cáucaso. Além disso, a carta apresenta uma oferta de vinhos caucasianos, onde se destacam os laranjados.
Quem disse que comer com as mãos era fácil?
Continuando, o verdadeiro desafio chegou com o Khinkali (8€). O que é isso? Trata-se de uma versão georgiana de dumplings, que se distingue pelo recheio de carne e especiarias. Para comer esta iguaria, esquece o garfo e a faca. A ideia é comer com a mão, mas há toda uma técnica associada.
De nossa parte, não fomos muito bem-sucedidos, pelo que entendemos que é preciso tempo para dominar a arte de bem comer o khinkali. Mesmo assim, vamos explicar: primeiro dás uma primeira trinca, depois bebes o caldo e, só no final, se ‘devora’ o khinkali, deixando a parte de cima no prato.
De seguida, a viagem de sabores prossegue com o Khachapuri Ajariano (15€), um dos best-sellers do Nani Bistrot. Confecionado em forma de barco, é um pão com queijo único da Geórgia. Antes de ir ao forno, o khachapuri é reforçado com ovo.
Mais uma vez, esquece os talheres. Para comer como um caucasiano, é preciso mergulhar as bordas da massa no centro cremoso. No final, vais perceber que mais do que comer, estás mesmo a desfrutar de uma verdadeira experiência gastronómica.
Além disso, ainda provamos um barbecue, mas nem à moda portuguesa, nem à coreana. Como não poderia deixar de ser, celebramos a cozinha caucasiana autêntica com o Khorovat. Na carta há três opções, com preços dos 14€ aos 15€. E adivinha? É para comer com a mão!
Outros destaques da carta
Apesar de a carta ser curta e simples, como o objetivo é o de agradar a vários públicos, vais encontrar versões vegetarianas para quase cada uma das receitas apresentadas. A par das bebidas, e como gulosos que somos, queremos salientar a Pakhlava arménia (6€).
Trata-se de uma verdadeira delícia, onde a massa folhada é intercalada com nozes e finalizada com uma camada de merengue caseiro. Este é o resultado de muita paciência e amor. Afinal, caso não saibas, a maior parte dos pratos arménio-georgianos demoram muito tempo a cozinhar.
Por aqui, já só pensamos em lá voltar. E tu, ficaste com vontade de experimentar?