No Porto Secreto escrevemos sobre diversos temas, desde restaurantes a monumentos, sem esquecer as histórias da nossa cidade. Neste contexto, há espaço para as flores que enchem de cor as nossas ruas e jardins, como as vistosas camélias, tão típicas da Invicta.
O Porto deixou-se render ao encanto das japoneiras no início de 1800, e, ano após ano, no fim do inverno, estas retribuem, de forma natural, o carinho que temos tido com elas ao longo de mais de 200 anos, ao enfeitarem a cidade.
A origem das vistosas camélias (e não só)
Tal como o nome da árvore desvenda – japoneira, a árvore das camélias, são oriundas do sudeste asiático de países como Japão, China, Vietname. Contudo, foi no Porto onde também criaram fortes ‘raízes’. Esta vistosa flor a que muitos apelidam de ‘rainha das flores’, é muito fácil de ser encontrada pelos nossos jardins, quer públicos, quer privados.
É no fim do inverno que estas magníficas flores ganham uma grande projeção no Porto, ao se anteciparem à maioria das flores de outras espécies e florescerem nesta altura, embelezando os jardins numa fase em que a paisagem é menos vistosa. As camélias são flores de uma perfeição quase única em cada botão e caracterizam-se pela ausência de cheiro.
Sendo consideradas ‘património natural e cultural’ do Porto, as camélias são celebradas com os seus residentes e visitantes anualmente, desde 1984, através de exposições, performances e concursos para a “Melhor Camélia”, a “Melhor Camélia de Origem Portuguesa” e a “Melhor Ornamentação de Mesa”.
Ao longo de mais de 30 anos, a autarquia levou a que esta ‘homenagem’ percorresse já inúmeros espaços emblemáticos da cidade como o Mosteiro de São Bento da Vitória, a Biblioteca Municipal Almeida Garrett, a Câmara Municipal do Porto, a Casa de Serralves, o Palácio da Bolsa, entre vários outros.
9 curiosidades
- O primeiro registo de camélias na Invicta data de 1810;
- Diz-se que chegaram a Portugal e Espanha, via Porto, através de mercadores portuenses;
- Os primeiros jardins de camélias surgiram no século XIX. Eram jardins privados da família Van Zeller e da família Allen;
- Na Quinta Vilar d’Allen existe ainda hoje um jardim com inúmeras japoneiras, construído em meados do século XVIII;
- José Marques Loureiro foi um grande dinamizador das camélias no Porto, tendo plantado diversas no ‘Horto das Virtudes’ que criou e dirigiu;
- Em 1844 foram já registados no jornal hortícola “Jornal Portuense” 38 variedades de camélias do Porto;
- Existem mais de 400 espécies de camélias portuguesas;
- Há uma espécie que se chama ‘Cidade do Porto’ que floresce em março;
- Há mais de 30 anos que a autarquia celebra quase anualmente esta espécie hortícola.